Consistência

A Agenda CircularTech tem como objetivo abordar os maiores desafios de sustentabilidade actuais, especialmente a neutralidade de carbono, a escassez de materiais e o bem-estar social, através do modelo de economia circular.

O consórcio abordará estes desafios através do desenvolvimento, produção e comercialização de novas soluções. A inovação é possível graças aos conhecimentos especializados e à experiência combinada dos membros do consórcio, que abrangem toda a cadeia de valor. Isto permitirá um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, alinhado com os três pilares do PRR, nomeadamente a descarbonização, a digitalização e a competitividade.

Refira-se que não existem atualmente em Portugal soluções com as características que serão alcançadas e muito poucas no espaço internacional. As características inovadoras que a Agenda preconiza garantem uma clara diferenciação, que se traduz em vantagens que certamente a tornam apelativa no mercado nacional, mas também no mercado internacional, contribuindo para uma maior resiliência económica. Com a implementação desta Agenda, Portugal tornar-se-á também uma referência mundial no sector, o que trará um conjunto de benefícios não só para os promotores da Agenda, mas para vários actores do sector.

Uma vez que a Agenda também está alinhada com os desafios internacionais, ou seja, a transição para uma sociedade neutra em carbono e com economia circular, as soluções propostas têm um potencial significativo no mercado internacional. As estimativas de vendas refletem este potencial de mercado: espera-se que, até 2027, uma elevada percentagem de exportações acabe por contribuir para a balança comercial e para o desenvolvimento económico de Portugal. É também importante destacar que o aumento das taxas de reciclagem também ajudará a indústria portuguesa a reduzir as importações de matérias-primas, como plásticos, metais básicos, combustíveis, entre outros, ajudando novamente a melhorar a balança comercial do país.

Os utilizadores finais participantes no consórcio também beneficiarão da adoção destas soluções, especialmente tornando-as mais eficientes, o que libertará recursos financeiros para novos investimentos e para aumentar a competitividade do mercado. No caso dos envolvidos na gestão de resíduos municipais, o aumento da eficiência reduzirá as tarifas sobre resíduos suportadas pelos cidadãos, libertando mais uma vez poder de compra que pode ser atribuído a outras partes da economia.

Com foco no próprio consórcio, espera-se que a Agenda contribua para os seguintes indicadores:

– Aumentar o VAB dos consorciados em mais de 19 milhões de euros por ano, ajudando a estabelecer este setor como um perfil de especialização da economia portuguesa.

– Aumentar o EBITDA dos consorciados em 90% face a 2020, o que significa que melhoram consideravelmente o seu desempenho operacional e consequentemente a sua rentabilidade operacional;

– Aumento das exportações em mais de 50 milhões de euros por ano e substituição de 1,19 milhões de euros de importações por ano através da comercialização de novos produtos criados ou melhorados;

– Melhoria de cerca de 44% na produtividade dos recursos humanos envolvidos na cadeia de valor dos resíduos (urbanos e não urbanos);

– Criação direta de 79 postos de trabalho altamente qualificados, conduzindo à criação indireta de 175 postos de trabalho adicionais em resultado do efeito de transbordamento.

De referir ainda a participação de vários ENESII, o que permitirá uma partilha próxima de conhecimento com as empresas e vice-versa, bem como a respetiva publicação partilhada de diversas publicações científicas, contribuindo para a divulgação de novos conhecimentos.

Em suma e pelo exposto, esta Agenda contribui fortemente para o PIB, uma vez que irá

– Contribuir para a mudança do perfil de especialização da economia portuguesa, incentivando atividades de maior valor acrescentado e intensivas em conhecimento, orientadas para todos os mercados, nacionais e internacionais, e para a criação de empregos qualificados;
– Reduzir a dependência dos mercados externos e aumentar a autonomia estratégica do país;
– Aumentar as exportações de bens e serviços e contribuir para a soberania tecnológica europeia;
– Melhorar o investimento em I&D;
– Reduzir as emissões de GEE, tanto emitidos diretamente pela indústria, como também incorporados em produtos e materiais.

A Agenda CircularTech contribui inequivocamente para “um Portugal mais justo e mais resiliente, mais sustentável e mais competitivo”.